Como em qualquer profissão, existem bons e maus profissionais. Eu, particularmente, classificaria os que se intitulam “adestrador” apenas para ganhar um extra no fim do mês como oportunistas! O problema é que a fama acaba se estendendo para outros adestradores comprometidos, o que é bastante ruim.
O maior problema é que, no Brasil, não há regulamentação (ainda) para a profissão. Assim, não há quem fiscalize o trabalho deste profissional. Mais uma brecha, portanto, para o surgimento dos espertalhões de plantão.
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, adestrar significa “tornar capaz, hábil (em alguma coisa); habilitar; preparar”. Assim, o adestrador de hoje é o profissional que habilita o animal a conviver melhor com o ser humano. Ou seja, torna o cão capaz de entender o que o dono deseja. Atender a comandos nada mais é do que isso: o animal aprende a identificar sinais (gestos e palavras) e reagir a eles.
Adestrar, portanto, significa criar um canal de comunicação com o cão, já que ele entenderá o que o dono deseja e este, por seu turno, naturalmente começará a observar mais e melhor o comportamento de seu peludo. Isto, certamente, é bom para todos, facilita a convivência e traz muitas alegrias!
Muitos profissionais atualmente preferem ser conhecidos como educadores caninos, psicólogos de cães, professores de cães, para fugir da qualificação “adestrador”, já tida como pejorativa. Mas o termo correto e que define bem o trabalho é adestrador. Este é o profissional que torna os cães (e animais em geral) aptos a obedecerem comandos, respeitarem limites, serem mais sociáveis.
Quanto a técnica, basta uma rápida pesquisa para constatar que o reforço positivo (método onde o cão aprende com base em recompensas valorizadas) é a forma mais eficaz, segura, tranquila, respeitosa e correta de ensinar um animal. E mais: os resultados aparecem rapidamente e o cão GOSTA de aprender assim! Ou seja, um adestrador atualizado usará o reforço positivo como método de aprendizado.
Seguem mais algumas a serem seguidas por todo aquele que deseja contratar um adestrador:
O adestrador sério adora cães e animais em geral. E isso é algo que não se consegue fingir. Portanto, é importante verificar como o profissional trata o cão;
O adestrador sério respeita os limites físicos do cão, e não irá forçá-lo a fazer movimentos que possam comprometer sua saúde, nem submetê-lo a exercícios exaustivos;
O adestrador sério é muito paciente. Paciência é o maior segredo do adestramento. Cada cão, cada animal tem seu ritmo de aprendizado, e isto pouco tem a ver com raça, mas sim com individualidade de cada peludo. Um adestrador que se irrita quando o cão não obedece ou não aprende logo não é um bom profissional;
O adestrador sério se preocupa com a segurança dos cães, das outras pessoas e com a sua. Não se deve confiar em adestradores que garantem que o cão pode andar solto na rua: acidentes e tragédias acontecem aos montes por este motivo. Além disso, para lidar com um cão agressivo, o adestrador se cercará de cuidados para que ninguém saia ferido e jamais entrará em confronto físico com o cão;
O adestrador sério sempre vai querer os donos presentes nas aulas. Não há nada mais gratificante para um adestrador do que ver o cão e o dono interagindo, o cão executando comandos e sendo alegremente recompensado pelo dono!
O adestrador sério fez e faz constantemente cursos para se manter atualizado sobre as melhores técnicas de treinamento;
O adestrador sério estuda o comportamento canino e ensina aos donos a linguagem do cão, que é diferente da nossa. Assim, identificando os sinais, fica muito mais fácil entender algumas reações do peludo e saber como agir;
O o adestrador sério ama o que faz e demonstra isso o tempo todo, de forma natural e sincera!
Finalizo com uma afirmação, feita com muita sinceridade: eu sou ADESTRADOR, com muito orgulho!